quinta-feira, 27 de março de 2008

Por que o jornalismo participativo não decola nos portais?

Por que o jornalismo participativo não decola nos portais?

26/03/2008 18:18

Por: Juliano Spyer

Veículos de comunicação aceitam a colaboração do usuário, mas fazem questão de manter filtros que nos fazem pensar se o compromisso que possuem não é somente com seu público. Você concorda?

As soluções implementadas hoje do chamado jornalismo participativo, colaborativo ou cidadão pelos principais portais de notícia brasileiros têm de novo só o nome, porque geralmente funcionam da mesma forma como as antigas seções de cartas do leitor.

A chamada internet comercial existe há quase 20 anos e os veículos de comunicação continuam se justificando: - “Precisamos filtrar a informação enviada pelos usuários para garantir a correção da notícia e não comprometer a reputação do veículo.” Mas desde 1997 o site de notícias tecnológicas Slashdot popularizou a auto-moderação, que significa usar soluções para medir a reputação de usuários e compartilhar a filtragem do conteúdo entre os mais comprometidos com o site.

A ação descentralizada dos indivíduos - cada qual votando no que gosta ou não gosta - faz emergir uma ordem que revela de maneira surpreendentemente precisa os interesses da comunidade. Essa solução é mais barata porque usa a contribuição voluntária de centenas, milhares ou milhões de usuários para fazer a triagem do conteúdo.

É também mais eficiente porque os editores não precisam mais adivinhar o que a audiência quer. Por que nenhum dos grandes quer saber disso?

A justificativa de que o filtro existe para resguardar a reputação - veja os termos do Terra e do IG - do veículo encobre a motivação menos nobre: a de que o compromisso de veículo de comunicação não é exclusivamente com seu público.


Continue lendo no WebInsider.

Nenhum comentário: