terça-feira, 22 de julho de 2008

Supremo perde o foco e todos saem mal na foto

Se por um lado Gilmar rachou o Judiciário, por outro fez o favor à sociedade de demonstrar cabalmente existência de cidadãos de primeira, segunda e terceira classe. Os de primeira têm acesso a advogados caríssimos, com contatos necessários para, durante o recesso do STF, em plena noite, conseguir um habeas corpus. Enfim, uma Justiça que, sendo justa ou não, funciona. Os de segunda conseguem pagar um advogado, ainda que estes não sejam estrelas caríssimas e bem relacionadas. Por sinal, são estes os advogados que freqüentemente dão com a cara na porta de juízes de primeira instância se recusam, durante o expediente, a recebê-los em seus gabinete. A terceira classe não tem dinheiro para advogados, dependendo de sobrecarregadas defensorias públicas ou de programas de assistência jurídica gratuita.

Vitoriosos, até agora nessa história? Apenas Daniel Dantas, que segundo Walter Maierovitch, ex-juiz e colunista do Terra Magazine, em breve terá ainda mais motivos para sorrir. Segundo Walter, o senador Heráclito Fortes (DEM-PI) foi considerado – por Gilmar Mendes – “investigado”, o que tirará o processo da alçada do juiz Fausto De Sanctis para a do STF (foro privilegiado para um senador). Detalhe: foi o próprio senador, dileto amigo de Dantas, quem pediu acesso ao inquérito, motivando a ascensão do processo para o STF. Uma jeito inteligente de tirar da jogada o bem reputado juiz De Sanctis.

Texto completo n'O Pensador Selvagem.

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