segunda-feira, 3 de novembro de 2008

“Aleijadinho é um personagem de ficção”


Em livro polêmico, pesquisadora mineira derruba mitos sobre a vida e a obra do artista barroco.
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Polêmica no Barroco mineiro. A pesquisadora e professora da Universidade Federal de Ouro Preto Guiomar de Grammont está lançando um livro que derruba vários mitos sobre Antonio Francisco Lisboa (1730-1814), o Aleijadinho. Em Aleijadinho e o aeroplano – O paraíso Barroco e a construção do herói colonial (Civilização Brasileira, 322 pgs. R$45), ela questiona a paternidade do artista e até mesmo se ele seria tão deformado, já que não existem provas documentais ou materiais de sua doença, ou do impacto que ela teve no seu trabalho. Além disso, sua obra não foi tão vasta quanto se afirma, e muitas peças atribuídas a ele foram fruto de uma criação coletiva, de um ateliê. Um efeito colateral desse processo seria o ostracismo a que foram relegados diversos artistas da época, em prol do mito Aleijadinho. Guiomar mostra que o “personagem de ficção” Aleijadinho, como uma espécie de Quasimodo tropical, foi criado e recriado de forma fantasiosa desde sua primeira biografia, escrita por Rodrigo José Ferreira Bretãs em 1856, vinculada a um ideal romântico típico da época. Bretas teriainventado, por exemplo, um pai branco português para o artista, para torná-lo mais palatável como herói nacional do Segundo Reinado.
Continua aqui, no G1.

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