domingo, 2 de novembro de 2008

Relatos de estupro forçam mudanças no Congo


Moradores presenciam julgamento em Corte móvel, em Bunyakiri, na República Democrática do Congo (Foto: Jeffrey Gettleman/The New York Times)

Taxa de estupro na República Democrática do Congo é uma das mais altas.
Cortes móveis estão realizando julgamentos em vilas no meio da selva.
***
Honorata Kizende olhou para a platéia e começou com uma simples declaração.
“Não havia jantar,” disse ela.
“Eu era o jantar. Eu, porque eles me chutaram duramente para o chão, arrancaram todas minhas roupas, e entre os dois, seguraram meus pés. Um pegou meu pé esquerdo, o outro o direito. Então todos os cinco me estupraram.”
A platéia, que havia sido convocada por grupos de apoio internacionais e locais e incluía desde políticos importantes até garotos de rua sem calçados, olhou para ela em descrença.
A República Democrática do Congo, ao que parece, está finalmente encarando seu terrível problema relacionado aos estupros, que oficiais da ONU chamaram de 'a pior violência sexual em todo o mundo'. Dezenas de milhares de mulheres, possivelmente centenas de milhares, foram estupradas nos últimos anos nesta terra montanhosa e estranhamente bonita. E muitos desses estupros foram marcados por um nível de brutalidade chocante, até mesmo para os distorcidos padrões de um local assombrado por senhores da guerra e soldados infantis entupidos de drogas.
Após anos de negação e vergonha, o silêncio está sendo quebrado. Graças a esforços de organizações internacionais e do governo congolês nos últimos nove meses, os estupradores não podem mais contar com uma cultura de impunidade. É claro, inúmeros homens ainda ficam impunes ao atacar mulheres. Mas um número cada vez maior está sendo capturado, julgado e colocado atrás das grades.
A matéria completa aqui no G1.

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