Por Adão Paiani (*)
A cúpula da Segurança Pública do Rio Grande do Sul parece haver se esquecido da máxima “bandido é bandido, polícia é polícia”. O mínimo que a sociedade espera é que os papéis não se confundam. Ao anunciar na manhã desta quinta-feira que irá apresentar um soldado da corporação como o autor do tiro que matou o trabalhador rural Elton Brum da Silva, a Brigada Militar rende-se a práticas comuns dentre aqueles a quem tem o dever legal e constitucional de combater.
É regra, e do conhecimento de todos, que dentro de determinadas estruturas, como o sistema prisional, por exemplo, alguém que não tem muito a perder assumir delitos que não cometeu, para livrar a cara de alguma “liderança”. Previsivelmente, o “autor” da morte do sem terra pertence ao nível mais sofrido da tropa; alguém que expõe diariamente sua vida em troca de oitocentos reais por mês. Não é um oficial graduado, mas um soldado. Verdade conveniente. Versão oficial. Caso encerrado.
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