quinta-feira, 26 de maio de 2011

“A dívida européia é a maior fraude da história", afirma expert

Nos últimos dias correram como fios de pólvora em toda a Europa e Estados Unidos, as repercussões de uma profunda análise sobre a realidade européia que o catedrático Irwin Stelzer, do Hudson Institute, desenvolveu em sua coluna do Wall Street Journal.

Nela, o catedrático definia abertamente o esquema de ajuda implementada pela UE e o FMI a nações como a Grécia, Irlanda ou Portugal como uma fraude piramidal própria de livros didáticos. Em outras palavras, um novo caso Ponzi que necessariamente vai terminar mal.

Na memória dos mercados, está ainda fresca a monumental pirâmide que armou o agora presidiário Bernard Madoff. Mas vale a pena repassar seu funcionamento: trata-se daquelas práticas financeiras pelas quais promete-se aos investidores uma determinada rentabilidade sem que o destino real de seus fundos não possa ser justificado em nenhum caso.

Vejam o texto em castelhano em CUBADEBATE (a tradução livre completa no espaço de comentários deste post)

2 comentários:

zejustino disse...

Texto completo, em tradução livre (como sempre), do post:

"“A dívida européia é a maior fraude da história", afirma expert

Nos últimos dias correram como fios de pólvora em toda a Europa e Estados Unidos, as repercussões de uma profunda análise sobre a realidade européia que o catedrático Irwin Stelzer, do Hudson Institute, desenvolveu em sua coluna do Wall Street Journal.

Nela, o catedrático definia abertamente o esquema de ajuda implementada pela UE e o FMI a nações como a Grécia, Irlanda ou Portugal como uma fraude piramidal própria de livros didáticos. Em outras palavras, um novo caso Ponzi que necessariamente vai terminar mal.

Na memória dos mercados, está ainda fresca a monumental pirâmide que armou o agora presidiário Bernard Madoff. Mas vale a pena repassar seu funcionamento: trata-se daquelas práticas financeiras pelas quais promete-se aos investidores uma determinada rentabilidade sem que o destino real de seus fundos não possa ser justificado em nenhum caso.

De tal modo que são os novos contribuintes da liquidez os que, com seu dinheiro, permitem aos promotores da idéia cumprir com o retorno prometido, alimentando deste modo a "credibilidade" e bondade de sua atividade e atraindo novos recursos de incautos.

Uma estrutura que funciona bem enquanto flui o efetivo mas que se torna insustentável quando este seca.

No caso dos programas de ajuda implementados na Europa para os três paises anteriormente mencionados cumprem com uma dupla condição:

* Establecimento de medidas estruturais que os permitam corrigir os desequilibrios que os conduziram à sua precária situação, e
* Devolução do capital mais juros, fixados a um nível substancialmente inferior ao exigido pelo mercado.

Teóricamente os paises que recebem os fundos melhorarão seu financiamento e não terá maior custo para o contribuinte.

Não obstante, mais além da finalidade "bancária” concebida nos Estados Unidos, que se tem provado como rentável, surge dois paradoxos sobre este financiamento.

Por um lado, a nova dívida será utilizada para cobrir vencimentos iminentes de dívida.

Isto é: para cumprir com o rendimento prometido anteriormente a outros portadores de bônus. Muito parecida a uma estrutura Ponzi.

Mas não é só isso, já que com fortes tensões internas de caixa que ameação a coesão social, uma parte maior ou menor da mesma será destinada a cobrir as contas correntes das respectivas administrações internas.

Este uso dos fundos seria justificável se fosse solução de uma mera tensão de liquidez e se a capacidade interna de geração de recursos financeiros dos distintos Estados permitissem enfrentar o problema de solvência futura que subjaz a sua situação.

Mas não é assim. E é aqui de onde se entra no centro da questão, isto é:

* A impossibilidade matemática e não meramente econômica de que as nações afetadas pelos planos de ajuste possam alcançar os superávits para equilibrar suas contas.
* A incapacidade temporal, devido a seus longos períodos de maturação, de que as reformas estruturais rendam os frutos que delas se esperam no prazo necessário....

Continua no próximo comentário.

zejustino disse...

Continuação do texto do post:

...Daqui é que a palavra restruturação, eufemismo para não aplicar os indecorosos "pega e espera", este mais que nunca em cima da mesa como um projeto que afete as taxas de lucro, prazos ou ambos. Para Stelzer, uma pirâmide Ponzi em estado puro.

No caso europeu atual, a situação se complica e seus prazos são cada vez menores.

A pirâmide está próxima de chegar a seu fim, mas no entanto, os pedidos adicionais de auxilio financeiro estão ocorrendo. A Grécia pede outros 110 bilhões de euros para não quebrar, Portugal e Irlanda pedem tratamento igualitário, a Itália põe em marcha um novo plano de ajuste, a Espanha trata de sobreviver.

Agora queo mal está feito é quando alguns dão conta que dotar com 440 bilhões de euros até 2013, para incluir o risco Espanha, um programa tão descabelado como este tem pouco sentido.

Neste contexto, os que até agora financiaram a pirâmide se mostram muito mais resistentes a seguir fazendo-o. E quem investiu milhões de euros, sejam bancos alemães ou franceses, vêem com muita preocupação algo que nestes dias parece inevitável. Tão inevitável que no caso da Grécia já tem data marcada: 26 de junho de 2011. Será o princípio do fim desta pirâmide?"