A Polícia Militar utilizou bombas de gás lacrimogênio para tentar dispersar uma passeata pela “liberdade de expressão” – manifestação que ocupou o lugar da proibida Marcha da Maconha, neste sábado (21), em São Paulo.
Cerca de mil manifestantes, de acordo com a organização, partiram do vão livre do Masp em direção ao Centro, via rua da Consolação, convocados principalmente por redes sociais. Cartazes pedindo diálogo e questionando o cerceamento de liberdade dividiam espaço com alguns pedidos de legalização da maconha.
Parte dos manifestantes usavam narizes de palhaço para protestar contra a proibição da marcha original. O Ministério Público conseguiu derrubar, no final da tarde de ontem, os habeas corpus que garantiriam aos organizadores o direito de não serem presos por apologia às drogas por promoverem a Marcha da Maconha.
Em determinado momento, a Tropa de Choque avançou para cima dos participantes, usando bombas, cacetetes e escudos. Muitas pessoas ficaram com olhos e garganta irritados por conta do gás – incluindo este que vos escreve. O gás também atingiu carros que seguiam no sentido Consolação-Paraíso. Uma motorista passou mal e teve que ser socorrida.
“Eles simplesmente partiram para cima, ignorando o que foi acordado conosco. A polícia descumpriu o combinado”, afirma Marco Magri, um dos organizadores da manifestação. “Porque o que estávamos realizando era isso: uma passeata pela liberdade de expressão.” Pessoas foram detidas e levadas para o 78º e para o 4º Distritos Policiais de São Paulo.
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