O caso de Fiedler converteu-se no primeiro “sequestro” de um repórter
por agentes do Estado chileno desde o fim da ditadura Pinochet
(1973-1990) e, longe de ser um episódio isolado, revelou a existência de
uma política sistemática de agressão aos jornalistas que trabalham no
Chile. A acusação é negada pelo governo e pela polícia.
Desde março de 2010, 12 repórteres que registravam manifestações de rua
a serviço de agências internacionais de notícias foram vítimas de
ameaças, agressões, torturas, detenções arbitrárias e atos de censura
cometidos pela polícia chilena. Pelos menos cinco jornalistas de
emissoras, jornais e produtoras locais sofreram agressões semelhantes no
mesmo período.
A maioria dos casos está concentrada nos últimos seis meses, período
que os estudantes chilenos foram às ruas pedir educação pública e de
qualidade. O recrudescimento da repressão também ocorre no momento que o
presidente do Chile, Sebastián Piñera, atinge a pior avaliação entre
todos os presidentes das Américas, apenas 22%.
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Um comentário:
Mais um trecho interessante da reportagem:
"No dia 18 de outubro, a SIP (Sociedade Interamericana de Imprensa) esteve reunida em Lima, com representantes dos principais jornais das Américas. A organização emitiu um comunicado alertando para os ataques contra a imprensa, mas não no Chile – em Cuba, Venezuela, Bolívia e Equador, principalmente. O principal jornal do Chile, El Mercurio, publicou na sequência um editorial intitulado “assédio à imprensa na América Latina”, mas tampouco deu destaque às agressões sofridas pelos jornalistas dentro do Chile."
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