Os
gestores de dinheiro ilegal sempre acabam irrigando o caixa 2 de
partidos --seja em nome próprio, para comprar proteção, seja a mando das
empresas para as quais trabalham, no toma lá dá cá que rege as
relações entre a plutocracia e o poder, em regimes de democracia
representativa, refém do financiamento privado das campanhas eleitorais.
Há pouco, uma pesquisa norte-americana mostrou que os brasileiros
tinham cerca de US$ 520 bi ( R$ 1 trilhão de reais) em paraísos fiscais.
O estudo ,'The Price of Offshore Revisited', feito por
ex-economista-chefe da consultoria McKinsey, cruzou dados do Banco de
Compensações Internacionais,FMI, Banco Mundial e governos nacionais
(portanto, está subestimado). Conclusão: desde os anos 1970 até 2010, os
cidadãos mais ricos de 139 países aumentaram de US$ $ 7,3 trilhões para
US$ 9,3 tri a "riqueza offshore; os depósitos de brasileiros formam o
quarto maior volume do planeta nessa modalidade de evasão financeira e
fiscal. A desregulação financeira e o desmonte dos Estados nacionais
pelo credo neoliberal --apoiado enfaticamente no Brasil pelo mesmo
jornalismo que agora pede sangue ao STF-- lubrificou e potencializou
essa dinâmica. O nefasto sistema de caixa 2 de campanhas eleitorais
consome alguns farelos dessa engrenagem. A hipocrisia da direita -- e a
do STF, bem como a do Procurador Geral que arquivou a operação Monte
Carlo, beneficiando Cachoeira et caterva-- se esponja nessa gota de água
turva. E poupa o lamaçal.
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