quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Voto de Joaquim Barbosa ameaça violar independência do Legislativo

No julgamento da Ação Penal 470, ao começar a julgar o chamado "núcleo político do mensalão", o ministro Joaquim Barbosa insistiu na tese de compra de votos parlamentares, sem haver qualquer confissão, testemunho, documento ou gravação que a comprove.

Para piorar, ignorou as provas da defesa dos réus, ao dar peso jurídico à constatação que todos os partidos com deputados que receberam dinheiro do chamado valerioduto participavam do governo indicando cargos na administração federal – ignora, portanto, que esse é o principal motivo para qualquer partido integrar uma base governista, nos regimes democráticos como o brasileiro – ainda que a prática seja moralmente passível de críticas.

O voto de Barbosa preocupa, porque ele quer tutelar o voto parlamentar, delegando a si, ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, o julgamento de quais acordos políticos um parlamentar poderia fazer ou não. 

Por mais que não gostemos de deputados chamados fisiológicos, se há democracia eles existem e sempre existirão por delegação popular enquanto tiverem votos nas urnas, e têm legitimidade para agirem até virando a casaca. Há deputados que se elegem, não por voto de opinião, nem ideológico, mas por buscarem recursos em Brasília para sua região.  

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