sexta-feira, 19 de outubro de 2007

Todos Contra o Office

A Microsoft vende o tocador de MP3 Zune e o videogame Xbox 360, produz software de gestão empresarial para pequenas e médias empresas, tem uma presença importante no mundo dos smartphones e já sedimentou sua presença no mercado de programas para servidores. Mas quem olhar com atenção para o balanço da empresa vai notar que boa parte dessas iniciativas é deficitária. O que tornou a Microsoft um dos melhores negócios de todos os tempos — e fez de Bill Gates por vários anos o homem mais rico do mundo — são dois nomes que fazem parte do dia-a-dia de quem usa computadores: o sistema Windows e o pacote de programas Office. O primeiro deles é um monopólio confortável: o sistema está presente em nove de cada dez computadores pessoais do mundo e tem uma barreira virtualmente intransponível para a concorrência, pois já vem pré-instalado de fábrica. Mas a situação do segundo é bastante diferente. O Office, como se sabe, é o pacote de programas de escritório que inclui o processador de texto Word, as planilhas eletrônicas Excel e o software de apresentações PowerPoint. Um consumidor que queira usar as funções básicas do programa tem duas opções. A primeira é comprar o Office no varejo, por algo em torno de 1 300 reais. A segunda é usar um concorrente — de graça, cortesia de algum dos maiores rivais da empresa, como Google, IBM e Yahoo!.

O mundo do software está atravessando uma mudança fundamental. O que antes era vendido numa caixa e instalado em cada computador agora funciona remotamente, na grande nuvem da internet. O Google lançou no início deste mês o terceiro componente de seu serviço Docs. Além de um processador de texto e de uma planilha eletrônica, o gigante da web agora oferece o Presently, programa para criação de apresentações que concorre diretamente com o ubíquo PowerPoint. Para acessar os três programas, basta um navegador e uma conexão com a rede. Todos são limitados e não dispõem dos recursos mais sofisticados que se encontram nas versões do Office. Por outro lado, a imensa maioria das pessoas não usa as funções mais avançadas desses programas. Outra vantagem é que os documentos ficam guardados na rede. Isso significa que eles podem ser acessados de qualquer computador, em qualquer lugar do mundo. E, não custa lembrar, tudo isso é grátis. Quem paga a conta são os anunciantes.

ESSA CONCORRÊNCIA ASSUSTA e muito a Microsoft. O Office é uma máquina de fazer dinheiro. De acordo com o relatório anual divulgado em junho, a divisão de negócios teve faturamento de 16,4 bilhões de dólares e lucro de 10,8 bilhões, e o grande responsável pelo resultado é o pacote de programas de escritório.


Veja este interessante texto, completo, no saite da INFO Exame. Um comentário: é cedo, mas parece que a tendência é real.

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