quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

O macabro jogo da RBS

DIÁRIO GAUCHE:

A empresa de mídia corporativa e conservadora RBS de Porto Alegre apostou um jogo com a morte. E perdeu. Um jogo faustiano perigoso, onde o prêmio seria mais prestígio social de superfície e mais humanitarismo postiço. Foi derrotada.

Semanas atrás, o grupo RBS lançou uma campanha institucional contra a violência no trânsito (leia-se violência do automóvel) com o rótulo "Isso tem que ter fim" (comentamos esse tema dias atrás, ver abaixo). Exigiu autoritariamente que todos os seus celetistas vestissem uma camiseta com os dizeres no peito e os estampou no seu principal diário, o jornal José Agá. Constrangido, o independente Luís Fernando Veríssimo saiu com cara de gato a cabresto.

Se arrependimento matasse, a sede da RBS na avenida Ipiranga seria um campo santo silencioso e reverente. Embarcaram, certamente, na conversa fácil e vazia de algum publicitário genial (plenonasmo, os publicitários sempre são "geniais"!) munido de dados seriados e curvas coloridas (que eles insistem em chamar de "estatística") para provar que este ano de 2007 haveria uma queda significativa de acidentes de trânsito e que a RBS poderia surfar essa onda positiva, já que os saldos anuais vinham de fato caindo lenta, mas constantemente. É simples, fácil, não requer prática nem habilidade, qualquer criança brinca, todo o adulto se diverte... só que o gênio esqueceu de dizer que o game era contra a morte. Um xadrez com a morte, dos outros. Resultado: morte 35, RBS zero. Nunca tantas vidas foram engolidas pelo automóvel, em tão poucos dias de feriados. O próprio editorial de José Agá admite a derrota acachapante.

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