Depois da negociação da sua prisão com as forças ocupantes da Indonésia, Xanana Gusmão não para de descer o plano inclinado em que então mergulhou. Agora, com a divulgação de notícias sobre a morte do ex major Reinado e os subsequentes acontecimentos políticos, avolumam-se interrogações sobre as circunstancias que envolveram o atentado contra Ramos Horta. É igualmente muito estranho o pesado silêncio do Governo e dos media portugueses sobre a evolução dos acontecimentos em Timor.
Gastão Salsinha, o alegado co-líder do que foi rotulado «tentativa de assassínio contra o Presidente José Ramos Horta e o Primeiro-Ministro Xanana Gusmão» em 11 de Fevereiro, rendeu-se às autoridades em Dili na Terça-feira. Salsinha é especificamente acusado de atacar o veículo de Gusmão depois do antigo major Alfredo Reinado ter sido morto a tiro por soldados, na residência de Ramos-Horta. O antigo tenente das forças armadas nega essas acusações e insiste que nem ele, nem Reinado, tentaram orquestrar um golpe ou um assassínio.
A rendição de Salsinha veio, conjuntamente, com o temor de mais revelações que colocam mais dúvidas sobre a explicação oficial para os acontecimentos lamacentos de 11 de Fevereiro, e apontam mais uma vez para a possibilidade de o próprio Reinado ter caído numa cilada de assassínio.
Texto completo em O Diário. Visto Na Periferia do Império.
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