terça-feira, 8 de setembro de 2009

"Com ou sem a nova CPMF, ministro da Saúde continuará de pires na mão", diz Adib Jatene

A elite brasileira é incapaz de estender a mão?
Adib Jatene:
Esse é o problema. A elite financeira, a elite política, a elite intelectual... vive somente entre a elite. E quem se dispõe a ajudar os mais pobres e ir atrás dos recursos é combatido. O que o ministro José Gomes Temporão [Saúde] está fazendo é uma situação de desespero. Ele vê que pode fazer mais. Vê que tem uma parcela da população que tem tudo, da melhor forma que se faz no mundo. Mas ele não ignora que uma grande parcela da população não possui o mínimo para sobreviver. Ele vai buscar alguma coisa no orçamento e não consegue. Aí ele vem e propõe: "Eu preciso de R$ 10 bilhões a mais". É pouco. Ele precisa de, no mínimo, R$ 50 bilhões a mais. Mas as pessoas que podem oferecer isso sem nenhuma dificuldade, incluem qualquer novo tributo na sua planilha de custos, repassa o valor ao consumidor final e reclama.

Confira a entrevista do Dr. Adib Jatene, no UOL Notícias, via Luís Nassif.

2 comentários:

José Elesbán disse...

Outra resposta do Dr. Jatene:

"Quem tem dinheiro tem condições de mobilizar a imprensa, fazer propaganda para dizer que a população está sendo prejudicada, que o beneficiário é o prejudicado pela CPMF. Não existe opinião pública. O que existe é opinião publicada que forma a opinião pública. Só ganha eleição quem tem bom marqueteiro e quem tem dinheiro para financiar o marketing. Se os industriais fazem oposição à medida, o ministro da Saúde vai ter apoio de quem? Do centro de saúde da periferia? Bom, ele está fazendo seu papel, está indo para o Congresso pedir mais recursos..."

José Elesbán disse...

Homem curioso este Dr. Jatene. Trabalhou com Paulo Maluf e FHC mas o homem tem espírito público, e diz coisas que a nossa elite política não gostaria de escutar.