sábado, 27 de março de 2010

Chimamanda Adichie: O perigo da história única

Eu sou uma contadora de histórias. E gostaria de vos contar algumas histórias pessoais sobre aquilo que gosto de chamar "o perigo da história única". Eu cresci num campus universitário na parte oriental da Nigéria. A minha mãe diz que comecei a ler aos dois anos, embora eu pense que aos quatro provavelmente esteja perto da verdade. Por isso eu fui uma leitora precoce. E o que eu li eram livros para crianças Britânicos e Americanos.
(...)
É impossível falar sobre a história única sem falar do poder. Há uma palavra, uma palavra malvada, em que penso, sempre que penso sobre a estrutura do poder no mundo, e é "nkali". É um substantivo que livremente se traduz por "ser maior que outro". Como os nossos mundos económico e político, também as histórias se definem pelo princípio do nkali. Como são contadas, quem as conta, quando são contadas, quantas histórias são contadas, estão realmente dependentes do poder.



Vejam o vídeo com legenda ou o texto com a palestra em NOVAE

5 comentários:

José Elesbán disse...

É um texto longo, mas bem legal. Bem interessante! Vale a leitura.

Isabela disse...

Pode crer! E destaquei o último parágrafo no post de propósito porque explica também certa arrogância de alguns paulistas em relação aos outros brasileiros. Lembra-se daqueles argumentos: "somos a locomotiva do Brasil" (são eles que movimentam o país (que o dirige e o controla também); "somos nós que pagamos os impostos e sustentamos o resto do país", etc... etc...
Pois bem, quem costuma assistir a Globo News (e consegue não vomitar ou ter engulhos de vez em quando) já deve ter percebido a frequência enorme de historiadores, filosofos, sociologos e outros "intelectuais" uspianos que são chamados para fazer a "crítica" conveniente à FIESP e à FEBRABAN. Nessa crítica, vai o ponto-de-vista ou a visão histórica desses "convidados".

Por que "convidados" (com aspas)? Porque é evidente o constante convite a indivíduos alinhados com a tal "oposição" ao governo Lula e a constantes intervenções nas mídias com discursos anti-esquerdistas. O ideal, sabemos, seria a participação de convidados que tivesse pontos-de-vista, ideologias e até posições partidárias diversas, conflitivas e/ou opostas. Infelizmente, não é o que acontece. Como não é isso o que acontece, os "convidados" vão elaborando a história conforme determinam seus interesses de classe ou os de seus patrões aqui ou acolá no hemisfério norte.

Isabela disse...

Prezado Zealfredo,

Os comentários estão saindo com o nome de minha sobrinha-neta, Isabela, porque estou fazendo uma pequena visita aos parentes aqui no Rio. Bastou um minuto de distração e a mocinha passou a mão no computador e fez umas pequenas mudanças que só agora percebi. Essa turminha mais nova é mesmo barra-pesada na rapidez com que aprende novas tecnologias.

Há um outro comentário posteriormente que deverá aparecer com o nome dela.

Um abraço,

Zejustino

José Elesbán disse...

Usar o computador dos outros dá nisso!...
=b

zejustino disse...

:-) É isso aí. E pior, tá com o Janelas xispiu.