segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Os sem nome: cemitério na Califórnia é destino final de centenas de latinos

Hoje, o pequeno povoado californiano de Holtsville poderia se tornar famoso por abrigar um cemitério de desconhecidos, quase todos presumivelmente imigrantes mexicanos e centro-americanos, que ocupam silenciosamente o pátio dos fundos do cemitério municipal, o Terrace Park Cemetery, onde descansa em paz também Erik H. Silva, o primeiro marine de origem mexicana morto na operação Liberdade Iraquiana, em 4 de abril de 2003, aos 24 anos.

A partir de 1997, o espaço que fora dedicado aos mortos "sem nome" no cemitério de El Centro, a cidade mais importante do condado, se esgotou. Decidiu-se então abrir uma vala comum na vizinha Holtsville.

“O número de mortos começou a aumentar em 1997, quando surgiram os primeiros resultados da Operação Guardião", lembra Enrique Morones, fundador da organização de defesa dos direitos humanos Border Angels e ganhador, em 2009, do prêmio mexicano de direitos humanos. "E também quando os imigrantes mexicanos e centro-americanos começaram a cruzar a fronteira pelo deserto desta região. Eles começaram a ser enterrados no cemitério de El Centro, mas este logo ficou lotado, com os primeiros 25 ou 30 corpos. Então começaram a enterrá-los por aqui. O que cabe destacar é a conexão direta que existe entre as leis migratórias racistas dos EUA e as milhares de mortes que ocorrem ao longo de toda a fronteira com o México. Não são mortes casuais, trata-se de uma política migratória que provoca a morte sistematicamente”. 





Confira esta reportagem do Opera Mundi

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