Atilio Boron
O debate sobre o possível default dos EEUU eclipsou completamente um escândalo financeiro de proporções inéditas: em um prazo de pouco mais de dois anos e meio, entre 1º de dezembro de 2007 e 21 de julho de 2010, a FED concedeu empréstimos secretos a grandes corporações e empresas do setor financeiro no valor de 16 trilhões de dólares.
A atenção da opinião pública internacional está concentrada no acordo insignificante assinado entre Barack Obama e o Congresso mediante o qual o presidente se compromete a aplicar um duro programa de ajuste fiscal, centrado no corte de gastos sociais (saúde, educação, alimentação) e infraestrutura de 2,5 trilhões de dólares (2.500.000 milhões de dólares) mas preservando, como o exige o Tea Party, o nível atual de gasto militar e sua eventual expansão. Em troca disto, a Casa Branca recebeu a autorização para elevar o endividamento do Estados Unidos até 16,4 trilhões de dólares (isto é, 16.400.000 milhões de dólares), cifra superior em uns dois trilhões de dólares ao PIB desse país. Com isto espera-se -confiando na "magia dos mercados"- superar a crise da dívida pública e reativar a preguiçosa economia ianque. Esta receita já foi implementada a sangue e fogo na América Latina e não funcionou; tampouco o fêz na convulsionada Europa atual. Com este acordo o certo será o agravamento da crise e, em consequência, a acentuação da belicosidade ianque no cenário mundial.
Vejam o texto original em OMAL-Observatorio de Multinacionales en América Latina ou uma tradução livre no blog NEBULOSA.DE.ÓRION
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