terça-feira, 6 de setembro de 2011

Euro: a crise nomeia as tarefas, o dinheiro não obedece e não há ninguém para domá-lo

O euro esfarela desde o início da crise mas nesta segunda feira ensaiou estrebuchar. A União Européia praticamente não faz mais jus ao nome. O laço monetário que a sustentava deixou de ser um trunfo para se consolidar em algoz. A Grécia, submetida à terapia ortodoxa para permanecer na esfera do euro, naufraga numa recessão que deixará de pé apenas as ruínas antigas, no dizer dos oposicionistas. O PIB deve cair 5,5% este ano. O descrédito do país é tamanho que os credores exigiam ontem taxas de juros de 50% para rolar a dívida grega por mais dois anos.

Essa é a síntese do pacote de arrocho imposto pela Alemanha e o BCE que deveria escalpelar a sociedade para devolver a confiança aos investidores. A crise na Grécia já é abertamente política: governo, credores e sociedade não se entendem. A exemplo do impasse grego, a Itália patina nas mãos de credores que não confiam mais na solvência de um país que deve 120% do PIB, mas se mostra incapaz de arrecadar mais impostos da plutocracia, depende apenas de arrocho sobre os assalariados, tem um governante que se chama Berlusconi e está às voltas com uma greve geral que deve paralisar o sistema de transportes nesta terça.





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