sábado, 24 de novembro de 2007

IPEA: Não é expurgo

Os contratos dos pesquisadores Fábio Giambiagi e Otávio Tourinho com o Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada) terminam no início de dezembro e não serão renovados. A notícia causou polêmica por se tratar de economistas que fazem críticas à política econômica do Governo.

O presidente do Ipea, Márcio Pochmann, disse em entrevista a Paulo Henrique Amorim nesta sexta-feira, dia 16, que a saída desses pesquisadores do Instituto não é um "expurgo" (clique aqui para ouvir o áudio).

"Eu fico profundamente ofendido com o uso do termo de 'expurgo' porque isso afeta a minha carreira profissional. Eu sou um acadêmico com mais de 20 anos de pesquisa, mais de 30 livros publicados, uma centena de artigos publicados cientificamente. Seria um profundo equívoco alguém que vem da universidade cercear, censurar os colegas", disse Pochmann.

Giambiagi e Tourinho são funcionários do BNDES e trabalhavam no Ipea por meio de uma parceria entre os dois órgãos. Eles têm até o dia 07 de dezembro para entregar um relatório da pesquisa sobre o papel do BNDES no desenvolvimento do Brasil, que desenvolveram durante o tempo em que ficaram no Ipea.

Márcio Pochmann disse que se no futuro houver uma nova parceria entre Ipea e BNDES e Giambiagi ou Tourinho forem indicados pelo BNDES, os dois podem voltar para o Ipea.

Pochmann disse que gosta de polêmica e que a polêmica pressupõe visões distintas. Ele disse que também tem críticas à política econômica do Governo. "Nós temos uma certa insatisfação com o patamar dos juros, com a situação cambial atualmente, com a estrutura tributária que praticamente onera fundamentalmente os mais pobres nesse país e com o padrão de desigualdade que temos", disse Pochmann.



Texto do Conversa Afiada. A entrevista completa está .

Um comentário:

José Elesbán disse...

IPEA: Não é expurgo.