Em “Democracia na América”, texto clássico sobre os então jovens Estados Unidos, no século XIX, Alexis de Tocqueville afirmou que democracias como a americana “não só não desejam revoluções como tem medo delas”. Pelo menos dois candidatos à presidência americana discordam do diagnóstico do mestre francês. Na campanha de 2008, Brian Moore, do Partido Socialista, e Róger Calero, do Partido dos Trabalhadores da América, carregam a bandeira do socialismo, uma causa que, ao contrário do que sugerem os resultados eleitorais recentes, tem tradição nos EUA.
Tanto Moore, um ativista da Flórida, quanto Calero, um jornalista de Nova Jersey, têm poucas chances de superar Eugene Debs, líder socialista que, por duas vezes (uma em 1912 e outra em 1920, quando concorreu preso) somou mais de 900 mil votos. Mesmo assim, eles concorrem para marcar posição.
Os dois sabem que, nem na melhor das hipóteses, estarão nas cédulas de mais da metade dos 50 estados. Pela lei, o registro na ficha de votação é feito estado a estado, e as regras vão do liberal ao restritivo.
"A perspectiva para uma mudança revolucionária é muito grande aqui nos EUA, será uma mudança que virá de nossas próprias lutas", avalia Calero. Moore não só confia no sucesso de sua causa, como se arrisca a imaginar as ações do primeiro presidente socialista, no primeiro dia de governo: sair do Iraque, fechar as bases no exterior, abolir as agências de inteligência ("a começar pela CIA"), garantir acesso gratuito à saúde e à educação e acabar com a "mentalidade do cowboy, de vencer a qualquer custo." A matéria completa está aqui no G1.
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