sexta-feira, 15 de fevereiro de 2008

Bush justifica uso de técnica de interrogatório com suspeitos terroristas

Sex, 15 Fev, 09h30

Londres, 15 fev (EFE).- O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, se referiu aos atentados de Londres de 7 de julho de 2005 para justificar uma técnica de interrogatório de suspeitos terroristas, conhecida como "waterboarding" (afogamento simulado),em entrevista concedida à "BBC".
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Bush disse que a informação obtida de supostos terroristas ajudou a salvar vidas e considerou que os familiares das vítimas daqueles ataques o entenderão.

O método, que causou grande polêmica já que é visto como uma forma de tortura, consiste em pendurar o prisioneiro de cabeça para baixo e descê-lo até o pescoço em um recipiente com água, causando a sensação de sufocamento.

No entanto, o presidente americano disse na entrevista exibida na madrugada de hoje na "BBC World News America", que o "waterboarding" não é tortura e ameaçou vetar o projeto do Congresso que o proibiria.

Acrescentou que seu país atua em virtude da lei para interrogar e obter informação que permita proteger os EUA e outros países.

"Os EUA atuarão dentro da lei. Asseguraremo-nos de que os profissionais têm os instrumentos necessários para fazer seu trabalho dentro da lei", afirmou Bush.

"Alguns dirão que estes terroristas já não são um ameaça real contra os EUA. Eu não estou absolutamente de acordo", disse Bush.

Nos atentados de 7 de julho de 2005 contra três trens do metrô de Londres e um ônibus urbano, 56 pessoas morreram - quatro delas terroristas suicidas - e cerca de 700 ficaram feridas.

Por outro lado, Bush disse que pretende assistir aos Jogos Olímpicos de Pequim, em agosto, e admitiu que mantém contatos regulares com o presidente da China, Hu Jintao, para pedi-lo que faça um esforço maior em relação à tragédia humanitária de Darfur, no Sudão.

"Vejo os Jogos Olímpicos como um evento esportivo", esclareceu o presidente.

Nos últimos dias, o cineasta Steven Spielberg, vários ganhadores do prêmio Nobel da Paz, atores, esportistas e parlamentares criticaram a China por sua política de apoio ao Governo do Sudão.

EFE

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