sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

SEGURANÇA DE FHC COMPROU 67 TAPIOCAS EM GASOLINA NO MESMO DIA

LUIZ CARLOS AZENHA:

Eduardo Maximiano Sacilloto Filho é segurança do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. O ex-presidente tem direito a usar um cartão corporativo do governo. Vou começar implicando com o próprio Portal da Transparência. Eu não acho que o nome de um funcionário de um ex-presidente do Brasil deveria ser divulgado na internet.

Explico o motivo: segurança pessoal e nacional. Um governante tem muitos inimigos em potencial. E se o serviço secreto de algum país quiser recrutar um espião? O Brasil vai facilitar assim o trabalho deles? Sei que você deve estar rolando de gargalhar a essa altura. E dou razão a você, leitor. Afinal, FHC ia assinar aquele contrato entregando o controle de um pedaço do Brasil aos Estados Unidos, naquele famoso acordo para alugar a base de lançamentos de Alcântara, no Maranhão.

Mas já que o governo permite que a gente bisbilhote, o leitor Emílio foi lá bisbilhotar e me deu o caminho das pedras. Há muitas coisas curiosas: o segurança de FHC encheu quatro tanques de gasolina no mesmo dia, no mesmo posto de gasolina, o Auto Posto Higienópolis, bem pertinho da minha casa. Será que a Folha de S. Paulo vai perguntar a FHC o motivo para tamanho consumo de combustível no mesmo dia. Será que foram quatro carros diferentes? Será que o segurança usou o cartão corporativo para encher o tanque do próprio carro? Foram 561 reais no mesmo dia, ou seja, com esse dinheiro dá para comprar 67 tapiocas de R$ 8,30.

Eu também recebi a comparação dos gastos em cartões corporativos entre o governo Serra e o governo Lula.

Espero que desta polêmica resultem regras de transparência que sejam aplicáveis em todos os poderes da República, com o devido sigilo para proteger o atual e ex-presidentes da República.

Passei o dia de hoje esperando que a Folha de S. Paulo entrasse no assunto. Os dados estão à disposição de qualquer um. Porém, a farra dos cartões, pelo jeito, só tem alcance federal. Nao existe farra estadual. Nem municipal.

Quatro tanques de gasolina em um dia só? Será que a Folha vai pedir explicação a FHC? Duvido. Esta é uma crise federal com data de validade, ou seja, só conta a partir do dia em que FHC voltou a ser meu vizinho.

Olhem só a capa da FolhaOnline neste momento: a crise é só do Lula. Não é implicância, nem tentativa de defender o governo. É aquilo de que falo aqui quase todo dia: dois pesos, duas medidas. Tratamento desigual para iguais. Ou propaganda política disfarçada de Jornalismo.

Lembrem-se das crises de 2006: primeiro saia na capa da Veja, depois o Jornal Nacional aplicava uma dose de esteróide na matéria da Veja, na noite de sábado. E a bola rolava a semana toda, até a próxima capa da Veja.

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