quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Sindicância apura que equipamentos da Abin não foram usados na escuta

Vasconcelo Quadros, Jornal do Brasil

BRASÍLIA - Um dia depois de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva afastar o diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Lacerda, ganhou força nesta terça-feira entre os órgãos de investigação a hipótese de que o suposto grampo nos telefones do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e do senador Demóstenes Torres (DEM-GO) tenha sido originado no sistema de telefonia do Senado.

Na avaliação de Lacerda, que não quis dar entrevista mas teve uma longa reunião, nesta terça-feira, com seus assessores, a única coisa certa é que uma conversa entre Mendes e Demóstenes Torres foi gravada. Na reunião com assessores, o diretor afastado disse que o leque de suspeitas é enorme e inclui, além do Senado, policiais federais, agentes da própria Abin, detetives particulares – sobre os quais não há controle – e ainda empresas especializadas em espionagem de alto quilate a serviço do banqueiro Daniel Dantas. Uma delas, a Telemont, que controla os sistemas telefônicos de vários órgãos públicos, já foi acusada de espionagem.

O ex-diretor da Abin acha que os advogados de defesa de Dantas construíram uma tese segundo a qual a Abin teria feito espionagem ilegal durante a Operação Satiagraha e pretendem usá-la para tentar anular ou, no mínimo atenuar, a situação do banqueiro nos processos que correm na Justiça Federal em São Paulo. Um grampo no telefone do presidente do STF, segundo o delegado, seria um argumento jurídico contundente para prejudicar as acusações contra o banqueiro. Lacerda também afasta a hipótese do delegado Protógenes Queiroz ter se utilizado de escuta ilegal na Satiagraha.


Vejam o texto completo no JB Online.


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