quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Considerações agrícolas

Estou aborrecido com o surto de esquerdismo bobo de Azenha e Paulo Henrique Amorim. O Azenha inclusive colou uma curta e (como sempre) amarga entrevista de João Pedro Stédile, membro da direção nacional do Movimento dos Sem Terra (MST). Já andei escrevendo sobre agricultura aqui. Fui jornalista especializado em agricultura por muitos anos e aprendi um pouco sobre o segmento. Essas notícias encontram, em geral, um público urbano desinformado que as aceita acriticamente. É preciso entender, contudo, que o MST não representa a agricultura familiar no Brasil, e sim os sem-terra.

Quem representa a agricultura familiar no Brasil são os agricultores familiares e a Contag, a Confederação Nacional de Trabalhadores da Agricultura, e eles, por alguma razão, não gostam do MST. E por quê? Porque o MST tem uma ideologia estranha à mentalidade simples do pequeno agricultor. E não porque ele seja burro ou ignorante. Ele sabe muito bem o que pensam os líderes do MST, mas não concorda. Tem o direito, não tem? Ou o pequeno agricultor é obrigado a aprovar as diretrizes ideológicas do MST?




Vejam o texto completo no blog Óleo do Diabo (do Miguel do Rosário)

2 comentários:

Anônimo disse...

Claro que o pequeno agricultor pode discordar do MST. Lógico, é normal, o cara prefere um empregado à um concorrente.
É por isso que quando foram copiar o lema da revolução francesa na bandeira do Rio Grande trocaram fraternidade por humanidade.
Eles entendem, mas não concordam.
Agora tem outra coisa. Reforma agrária é algo imposto pela cidade ao campo. É ajeitar o campo conforme a necessidade da cidade e não o contrário. FETAG e FARSUL deveriam ser chamadas como ouvintes sem direito a voto e sair caladas do processo.
O pequeno agricultor não concorda por falta de fraternidade.
A FIESP e a FIERGS, que deveriam levantar a bandeira da revolução burguesa (dos burgos, dos capitalistas que moram nos burgos), esses não entendem porque não têm objetivo de país grande, não têm ambição de mercado interno forte.
Uns é por falta de solidariedade, outros é pelo projeto medíocre.

Anônimo disse...

Os latifundiários no Brasil se dividem em: 1. Herdeiros do sistema feudal (gigolôs de vacas, muito comuns no RS). 2. Agro business (produção em grande escala). 3. Grileiros, invasores de terras.
Reforma agrária já foi realizada na maioria dos países desenvolvidos (em quase todos).
Reforma agrária é uma bandeira burguesa. Se implementada cria uma grande quantidade de pequenos produtores inseridos no sistema de produção capitalista.
No Brasil ainda não foi realizada, porém é uma necessidade real.