Contudo, estudos realizados no Brasil e na América Latina mostram que eleger, a priori, as mulheres como as principais beneficiárias dos recursos, ao invés de empoderar e garantir a autonomia feminina, podem ter dois efeitos contrários:
1) ao invés de promover a autonomia feminina, fortalece o papel tradicional da mulher como dona de casa e cuidadora do lar, jogando nas costas da família a principal responsabilidade pelo combate à pobreza: “Los programas refuerzan la división social de género en donde las mujeres tienen que ser antes de todo buenas madres. La mujer esta considerada de manera muy tradicional, sirviendo a su familia, guardiana de los valores de virtud moral, altruismo, sacrificio: es un ‘ser para otros’” (Arriagada e Mathivet, Cepal, 2007, p. 30).
2) O foco nas mulheres contribui para deixar de lado a responsabilidade masculina na reprodução, desconsiderando o fato de que em muitas famílias os homens são ausentes, passivos ou simplesmentes omissos. A não responsabilização dos homens aumenta a carga de trabalho e responsabilidade das mulheres, em seu papel tradicional e reduz sua mobilidade social.
Texto completo em O Pensador Selvagem.
Um comentário:
Texto informativo e questionador, e por isso instigante. Informa inclusive os valores entregue às famílias cadastradas, e questiona se o programa está de fato dando mais poder às mulheres, ou reforçando seu papel como mãe e base da família.
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