sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Pisando na jaca: Folha classifica regime militar como “ditabranda”

Em editorial publicado na última terça-feira (17/02), sobre a vitória do presidente venezuelano em referendo, a Folha de S. Paulo classificou o regime militar brasileiro - entre 1964 e 1985 - como uma “ditabranda”. De acordo com o jornal, esses governos autoritários “partiam de uma ruptura institucional e depois preservavam ou instituíam formas controladas de disputa política e acesso à Justiça”.

O posicionamento do jornal foi duramente criticado pelo presidente da Associação Brasileira de Imprensa, Maurício Azêdo, que o considerou “lamentável”. Em sua opinião, a Folha, num só parágrafo, alinha uma série de “equívocos de caráter político e histórico”.

A notícia completa no Comunique-se.

Uma cópia do editorial está disponível aberta no mesmo Comunique-se.

E um comentário de Celso Lungaretti sobre o assunto também está no Comunique-se.

5 comentários:

José Elesbán disse...

É a Folha relembrando seus tempos de "diário oficial da OBAN". Isto foi no início dos anos 1970, e foi relembrado quando da recente publicação da hagiografia do Sr. Otávio Frias de Oliveira.
Era tipo assim, o sujeito morria na masmorra de tortura, e no dia seguinte a Folha publicava "Terrorista morto em enfrentamento com forças de segurança"!

Dona Sra. Urtigão disse...

Leio aqui sempre (desde que descobri, lógico) e agradeço aqui pelo trabalho de voces.
dessa vez abri o comentario porque fiquei com raiva da Folha, remexeu uma época triste demais. E não dá para ficar com raiva contida. Desculpem-me. Só dizer da dor, diminui a dor sentida.

Anônimo disse...

A Folha, assim como a Globo, RBS, etc, foram muito bem tratadas pela Ditadura Militar. Naquele período sombrio não faltava dinheiro no fluxo de caixa desses grupos midiáticos. Hoje, raspando os cofres, ficam nostálgicos dos velhos tempos...

zejustino disse...

Abri o espaço de comentários justamente para relembrar o apoio da FSP à OBAN. Eles cederam um jornal ("Fôlha da Manhã", ou qualquer coisa parecida com isso) para fazer os comunicados. O jornal era realmente o porta-voz dos facínoras torturadores e assassinos. Algumas manchetes chegavam ao cúmulo de estampar mortes anunciadas.

A FSP é um jornaleco hipócrita e falso moralista que apresenta às vezes um artigo ou outro de alguém de esquerda só para disfarçar sua natureza degenerada. Este era, que eu saiba, o procedimento do jornal até o início da década de 90 porque daí em diante não perdi mais nem tempo e nem dinheiro comprando o pasquim marrom (totalmente diferente do Pasquim carioca que tanto amamos e admiramos).

Aliás, tenho a felicidade e o orgulho de nunca ter assinado qualquer jornalão da mídia esgôto e nunca, jamais, ter assinado a sujíssima da Abril. Mas, tenho sim muito orgulho de ter assinado "Em Tempo", "Companheiro", "O Pasquim" entre outras, que foram até motivo de uma pequena "arguição" feita por um delegado a mando do DOPS gaúcho quando morava em Bom Jesus dos Aparados da Serra. Uma arguição e uma ficha (no álbum de retratos da famosa instituição "humanitária") que não consegui localizar até hoje.

Jean Scharlau disse...

Os jornalões que aí estão foram bem tratados e trataram bem a ditadura e os ditadores e o fizeram não como novo comportamento, mas por coerência histórica de longo e curto prazo. Essas empresas de mídia sempre estiveram aí para defender os poderes econômico-financeiro-oligarcas e fazer dinheiro. Por isto lutaram pela derrubada de Getúlio e de Jango. Quando conseguiram fizeram a festa: - ganharam muito mais poder e dinheiro, cresceram monstruosamente.