Em meio às angústias que assombram trabalhadores e a classe média, emparedados entre a fatalidade de uma ordem que se liquefaz e um futuro que nada propõe exceto agonia, parte dos teóricos da esquerda agarra-se à discussão metafísica de modelos, desobrigando-se de assumir a dura carpintaria de construção da história nesse momento. A análise é de Saul Leblon.
Saul Leblon
A crise mundial desencadeou um salutar debate sobre o desenvolvimento contribuindo para desbloquear a memória e o imaginário social, entorpecidos por sonolentas décadas de monólogo conservador. Por quase 30 anos despejou-se sobre a sociedade uma peroração cotidiana que reafirmava a virtude dos mercados desregulados para promover o crescimento, a inovação, a modernidade, a eficiência, a liberdade, orgasmo e a cura para a calvice.Jornalões, colunas e colunistas, em especial nas editorias de economia, funcionaram esse tempo todo como uma espécie corregedoria ideológica do fim da história. Dentro e fora das redações, cuidavam de vigiar, punir e desqualificar quem ousasse argüir o mainstream, bem como o perímetro por ele reservado à democracia.
Vejam o texto completo na Agência Carta Maior
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