No domingo, dia 19 de julho, o jornal Folha de S. Paulo publicou uma boa reportagem sobre a diferença do preço da energia elétrica que favorece as regiões mais ricas e prejudica as mais pobres. Resultado: quem ganha menos paga mais e quem ganha mais paga menos. Mais ainda: as localidades mais carentes que necessitariam de mais investimentos pouco atraem as empresas operadoras de energia elétrica.
A explicação dos economistas e mesmo de representantes de empresas é clara: é mais caro para uma empresa a operação de distribuir energia elétrica em locais com menor consumo (portanto, lugares mais carentes) do que aqueles em que há um maior adensamento e potencial de aumento de consumo. Daí que regiões metropolitanas ricas, como a de São Paulo, contam com uma tarifa proporcionalmente menor que do Maranhão, por exemplo.
Tudo certo, porém faltou algo importante na matéria da Folha: que isto é uma conseqüência da política de privatizações do governo passado. É evidente que ao transferir para a iniciativa privada a operação de um serviço essencial, como o da energia elétrica, este ficaria sob as regras do mercado e é justamente esta lógica que explica a diferença tarifária em prol dos mais abastados. Em outras palavras, ao contrário da propaganda neoliberal disseminada amplamente, principalmente pelos meios jornalísticos na era FHC, a privatização não foi boa para a população.
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