Os golpistas, nos 40 dias em que se apropriaram do poder a ponta de baionetas, já saquearam as reservas do Estado em cerca de 250 milhões de dólares.
O facto foi confirmado pelo ex-presidente do Banco Central, Edwin Araque, que na quarta-feira 5 de Agosto concedeu uma entrevista ao jornalista David Romero Ellner, da Rádio Globo. A mesma estação informou que os ministros fieis ao presidente constitucional da República, Manuel Zelaya Rosales, reuniram-se clandestinamente.
Edwin Araque precisou que antes de se verificar o golpe de Estado as reservas no Banco Central ascendiam a US$2,5 mil milhões, mas no período que se seguiu ao assalto ao governo elas diminuíram para US$2,25 mil milhões.
Diante do exposto, verifica-se que o objectivo dos golpistas – além de usurpar o poder – é também saquear os cofres do Estado. Eles compreendem que em Honduras nenhum corrupto é castigado porque os organismos controladores são elefantes brancos.
Vejam mais em Resistir.info (inclusive o documento em que um gorila civil dá ordem de golpe a um gorila militar)
2 comentários:
Kkkkkkkkkk,que horror! Quando Zelaya voltar e se voltar...
O país "sifu".
Abrs!
Golpe consumado
O golpe de Estado em Honduras pelo menos ajudou a sepultar a constrangedora campanha publicitária da “Gloriosa” iraniana. Sintomática e previsivelmente, os inimigos ocidentais de Ahmadinejad mostram-se cautelosos em relação à democracia hondurenha. Nem sempre a mitologia libertária serve a todos os interesses em jogo.
Resta pouco a acrescentar às origens e aos desdobramentos da deposição de Manuel Zelaya. Trata-se de uma reedição bem-sucedida do levante contra Hugo Chávez, de 2002, na Venezuela: imprensa, partidos políticos e associações empresariais unidos no levante autoritário, oscilações determinantes das Forças Armadas, letargia de grande parte da sociedade e algum belicismo das minorias atuantes.
Golpe de feitio tradicional, portanto, e também no discurso pseudo-legalista dos revoltosos. Sempre há perigos a combater, um interesse nacional a salvaguardar. Os comunistas de nosso 1964 viraram os atuais vilões do Eixo do Mal – substituídos, para o folclore tropical, pelo coronel venezuelano. E novamente a defesa da “democracia” serve como justificativa para destruí-la. O apoio popular legitima o golpe, não a mudança constitucional proposta por um presidente eleito. Governantes podem ser depostos, mas nunca reeleitos, pelo clamor das ruas.
Um aspecto incômodo da cobertura jornalística é a simpatia concedida aos silêncios (omissões?) de Barack Obama. As ambigüidades do episódio hondurenho sugerem cautela. Não há razões para acreditar que o governo dos EUA deixou de apoiar, direta ou indiretamente, sabotagens contra adversários. A proximidade dos golpistas com antigos funcionários da Casa Branca deixa pouco espaço para dúvidas.
Acusações inócuas e sanções paliativas alimentarão o antiamericanismo da população hondurenha, fortalecendo a posição do governo provisório e mantendo o chavista Zelaya afastado até as eleições de novembro. Eis a saída cômoda (e irrevogável) para os lados mais fortes envolvidos.
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