domingo, 27 de junho de 2010

Presidenciais na Colômbia: 56% do eleitorado adoptou a posição das FARC

Chury: Bem, Petras, conta-me os temas em que estás a trabalhar agora...

Petras: Em primeiro lugar, o mais importante que estamos a analisar é o processo eleitoral na Colômbia. Esse é o tema principal que temos tratado porque a própria esquerda semeou muita confusão sobre os resultados do processo eleitoral. Ou melhor, não trataram o resultado eleitoral num contexto mais amplo e é isso que o que devemos discutir. Porque o facto mais destacado é que 56% do eleitorado não votou. Ou seja, 56% consciente ou inconscientemente tomaram a posição das FARC. Não digo que estejam informados pelas FARC nem necessariamente que seja simpatizantes, mas por várias razões compartilham a ideia de que não vale a pena votar nas eleições principalmente porque ambas as opções eram muito desfavoráveis e nada ofereciam ao povo.

Para entender isso creio que devemos voltar uns anos atrás, particularmente aos últimos 10 anos do governo de Uribe e inclusive antes. Este resultado eleitoral tem como contexto o deslocamento de 4,3 milhões de pessoas. Tem o contexto de uma repressão feroz que matou mais de 1.800 sindicalistas, incluindo dirigentes. Mataram centenas de activistas de direitos humanos, advogados e jornalistas. E isso influi muito sobre a atitude das pessoas para com as eleições. Em dois sentidos: sentem-se aterrorizados pelo governo e alguns, neste contexto, pressionados a votar porque os militares estavam presentes em todos os lugares de votação. Os paramilitares e os políticos vinculados ao paramilitarismo, que chega ao próprio governo, influenciavam em todos os lugares de votação.

Vejam o texto completo em RESISTIR.INFO

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