1 de Julho de 2010Mike Prysner
Fonte: IVAW
Eu esforcei-me para ter orgulho do meu serviço, mas tudo o que consegui sentir era vergonha. O racismo não podia mascarar mais a realidade da ocupação, eles eram gente, eram seres humanos. Desde então passei a sentir culpa toda a vez que via homens idosos, como o que não podia andar e o carregámos numa maca, até que a polícia iraquiana pudesse levá-lo. Sentia culpa sempre que via uma mãe com as suas crianças, como a que chorava estéricamente, gritando que nós éramos piores que Saddam, enquanto a obrigávamos a sair de sua casa. Eu sentia culpa toda a vez que via uma miúda, como a que agarrei pelo braço e arrastei para a rua.
Disseram-me que lutaríamos contra terroristas. O verdadeiro terrorista era eu, e o verdadeiro terrorismo é essa ocupação. O racismo dos militares tem sido, durante muito tempo, uma ferramenta importante para justificar a destruição ou a ocupação de outro país. Tem sido usado há muito tempo para justificar a morte, subjugação ou tortura de outro povo. O racismo é uma arma vital usada por esse governo. É uma arma mais poderosa do que uma espingarda, um bombardeiro ou um navio de guerra. É mais destrutivo do que um projectil de artilharia, um anti-bunker ou um míssil Tomahawk. Apesar do nosso país fabricar e produzir essas armas, elas são infensivas sem pessoas dispostas a usá-las. Aqueles que nos mandam para a guerra não têm que apertar um gatilho ou lançar morteiros. Eles não precisam de lutar na guerra, a sua função é vender a guerra. Precisam de um público que esteja de acordo em mandar os seus soldados para o perigo. Precisam de soldados dispostos a matar e serem mortos sem questionar. Eles podem gastar milhões numa única bomba, mas essa bomba só se torna uma arma quando as divisões militares estão dispostas a seguir as ordens de usá-la. Eles podem enviar um soldado a qualquer parte da Terra, mas só haverá guerra se um soldado concordar em lutar. E a classe dominante, de bilionários que lucram com o sofrimento humano e se preocupam apenas em expandir a sua riqueza, em controlar a economia mundial. Compreendam que o seu poder consiste sómente na habilidade de nos convencer de que a guerra, a opressão e a exploração são do nosso interesse. Eles sabem que a riqueza deles depende da habilidade de convencer a classe operária a morrer para controlar o mercado de outro país. E convencer-nos a matar e morrer, é baseado na habilidade deles em nos fazer pensar que somos, de alguma forma, superiores.
Vejam o texto completo em TRIBUNALIRAQUE.INFO
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