Por: João Torres de Mello Neto
A banda brasileira Paralamas do Sucesso, em sua bela canção ‘Tendo a Lua’, argumenta que o céu de Ícaro tem mais poesia que o de Galileu. Com duas filhas adolescentes em casa, essa questão, por vezes, adquiria premência nos longos cafés da manhã aos sábados. Supondo a possibilidade de quantificar o quanto de poesia determinado lugar tem, será que aquela afirmação é óbvia?
Como leigo em poesia, nem tenho certeza de que o ‘poético’ possa ser bem definido, mas suponho que todos tenham um sentimento do que é poético.
O céu de Ícaro é o céu dos mitos e do trágico. Ícaro é filho de Dédalo, que, entre outras coisas, como o labirinto do Minotauro, fez asas de penas e cera para voar. Ícaro as foi testar. Desdenhou da recomendação paterna em sua ânsia juvenil de explorar o desconhecido e se aproximou em demasia do Sol. O calor derreteu a cera, e, ao final de sua provocação desmedida, ele se espatifou no mar, morrendo. O final trágico de Ícaro, sua juventude ao se jogar ao Sol, sua insolência parecem-me poéticos.
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Um comentário:
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