"Instrumentalizada pelo sector financeiro, a ortodoxia considera natural canalizar ganhos de produtividade para as finanças e os monopólios ao invés de elevar salários e padrões de vida. Lobistas neoliberais e seus mascotes acadêmicos rejeitam a partilha dos ganhos de produtividade com o trabalho como sendo improdutivo e incompatível com a "criação de riqueza" na acepção financeira. Está em debate não só se dívidas à banca deveriam ser pagas com a sua transferência para o setor público em detrimento dos contribuintes, mas também se elas podem razoavelmente ser pagas. Se não puderem, tentar pagá-las contrairá as economias ainda mais, tornando-as crescentemente inviáveis. Muitos países já ultrapassaram este limite financeiro. O que está em questão agora é um passo político - trata-se de saber se há um limite para os credores sujeitarem a sociedade ao pagamento de juros (...) sem cortar drasticamente despesas públicas com educação, saúde e outros serviços básicos. É acerca disso a guerra financeira de hoje. E é isso que os gregos reunidos na Praça Sintagma estão a demonstrar" (Michael Hudson)
(Carta Maior; 5º feira,23/06/ 2011)
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