As obras do pintor norte-americano Jackson Pollock (1912-1956) podem parecer um emaranhado aleatório de pingos e riscos. Mas há muita física e matemática por trás delas. Um pouco dessa influência, provavelmente involuntária, foi desvendada por uma equipe multidisciplinar nos Estados Unidos: o matemático Lakshminarayanan Mahadevan, da Universidade Harvard, o historiador da arte Claude Cernuschi e o físico Andrzej Herczyński, estes do Boston College (Physics Today). Para fazer as voltas miúdas do quadro acima, por exemplo, Pollock precisou segurar o pincel ou a espátula muito acima da tela estendida no chão e soltar um fio de tinta que ficava cada vez mais fino e escorria mais rápido à medida que descia. Mexendo a mão bem devagar, formava aros em vez de ondas com o fio de tinta – um efeito da dinâmica de fluidos. É improvável que o pintor tenha feito cálculos. Ele deve ter aprendido por experiência. Mas as propriedades físicas da tinta e as forças que agem nos fluidos parecem ter ajudado a compor as obras e, hoje, permitem recriar os movimentos do pintor.
Revista Pesquisa FAPESP
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