(Carta Maior; Sábado,01/10/ 2011)
sábado, 1 de outubro de 2011
BRASIL SE ARMA CONTRA A RECESSÃO MUNDIAL: FHC ACHA 'PRECIPITADO'
Governo
amplia protecionismo à indústria e vincula crédito do Pronaf à
aquisição de máquinas e equipamentos agrícolas com pelo menos 60% de
conteúdo nacional. Medida identica,com requisito de 65% de
nacionalização, foi tomada em relaçao ao setor automobilísco. Nessa
mesma direção, a Presidenta Dilma anunciou um pacote de incentivos à
indústria da defesa (leia matéria nesta pág). Trata-se de usar o poder
de compra do Estado para fomentar e manter o nível do investimento na
crise. Exigência de conteúdo nacional norteará também o acesso a
incentivos fiscais na produção de computadores, tablets, televisores etc
Ações refletem a convicção de que é preciso fortalecer o mercado
interno ante a perspectiva de longa contração na economia internacional.
Ilustra esse diagnóstico o drástico recuo nas cotações das commodities,
que em setembro registraram as maiores quedas desde a crise de 2008.
Outro sintoma: o efeito irrelevante da ampliação (acanhada para o
tamanho da crise) do Fundo Europeu de resgate financeiro que teve o
apoio alemão esta semana. No dia seguinte as Bolsas despencaram. O mundo
escorrega para a recessão. Mas o ex-presidente Fernando Henrique
Cardoso saiu a campo, na 5ª feira, segundo o jornal Valor Econômico,
para qualificar como ' precipitado' o corte nas taxas de juros no
Brasil. Reconheça-se no tucano o mérito da coerência. Em crises
mundiais anteriores, na sua gestão, a resposta sempre foi
doutrinariamente ortodoxa e pró-cíclica: aumento dos juros, arrocho no
salário mínimo, redução do crédito, cortes brutais no gasto público,
perda de receita fiscal e salto no endividamento público. Com alguns
efeitos colaterais, a saber: quebra do Estado, perda de
reservas, colapso da infraestrutura, desemprego e fuga de capitais. A
avaliação veio nas urnas em 2002, 2006 e 2010.
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