O primeiro compromisso público de Mario Monti após sua indicação como
senador vitalício e virtual primeiro ministro italiano foi ir à missa
com a esposa. Muito apropriado. A família da península respira aliviada,
após anos de correrias e festas atrás de modelos e atrizes de tirar o
fôlego. Uma mudança estrutural aconteceu. Muda-se meio lampedusamente,
para que nada mude, diga-se de passagem.
Monti é a versão
italiana dos tecnocratas latinoamericanos que se instalaram em
sucessivos governos, das ditaduras às gestões ultraliberais. Anódino,
voz monocórdia quase enfadonha e formado em Yale, parece ser o homem que
vai fazer o que tem de ser feito. Não foi eleito por ninguém, é tido
como “independente”, avesso à vida partidária, além de nunca ter se
“sujado” nos balcões de negociação da administração pública. Foi muito
bem quisto pelas administrações Prodi e Berlusconi. No Brasil, seria um
ídolo do movimento “Cansei”.
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