Às 04h em Lower Manhattan, conforme os restos do que sobrou do
acampamento do Occupy Wall Street são colocados em caminhões de lixo,
alguns manifestantes ainda não desistiram da polícia. Kevin Sheneberger
tenta envolver um policial em um sério debate sobre o papel das forças
de segurança em protestos populares. Enquanto isso, ele vê a barraca de
um colega sendo jogada fora. Atrás dele, uma garota segura um cartaz com
os dizeres: "NYPD, nós confiávamos em vocês – vocês deveriam nos
proteger!"
O sentimento é familiar. Na Europa, após um ano de manifestações,
ocupações e desobediência civil, manifestantes contrários aos planos de
austeridade alteraram o discurso de apoio aos policiais – trabalhadores
cujos empregos e aposentadorias também estão sob ameaça – para um de
revolta e raiva contra a violência cometida contra civis desarmados.
Após a brutalidade da polícia mês passado, em Oakland, e a recente
desocupação do acampamento do Occupy Wall Street, ativistas
norte-americanos também estão chegando à conclusão que “a polícia
protege o 1%".
A noção de que as forças policiais estão lá para proteger uma elite
econômica do resto da população não é novidade para as minorias étnicas
carentes, muitas delas submetidas a intimidações em suas comunidades por
anos, mas para aqueles vindos de estruturas mais abastadas, o primeiro
spray de pimenta é um ensinamento importante da relação entre o Estado e
os cidadãos no Ocidente. “Para quem vocês trabalham?”, grita um
manifestantes em Manhattan, enquanto a polícia carrega uma van com
objetos. “Vocês trabalham para o banco JP Morgan!”
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Um comentário:
Que decepção para essa gente.
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