sexta-feira, 29 de junho de 2007

A monstruosidade do racismo

Diz K. Palestina:
Sabem por que sinonimizar empregada doméstica com “negra” é comum em famílias classe média ou altas? Ah, você não sabia que essa sinonimização é promovida? Nunca ouviu nem viu essa identificação misteriosa?
Mas eu não poderia nem posso é denegar essa brutalidade. A pior violência é invisível, mesmo. Godard já tinha dito que Noite & Neblina é que tinha exibido as verdadeiras imagens pornográficas, do holocausto. Tripa, sangue, toneladas de cabelos e armações de óculos num vão. Esqueletos jogados num buraco banhado posteriormente de cal. Nada disso se compara ao que resta na memória dos sobreviventes de um campo de concentração. Nada disso pode ser pior que sofrer – e ter sofrido –, na própria pele, a brutalidade do racismo.
Não é por ser irracional, é por ser monstruoso. É por ser inominável e por isso inalcançável. Deparar-se com um racista é ruim, mesmo que seja uma graduanda de licenciatura. Sofrer racismo é algo que não tem expressão adequada.
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