quarta-feira, 5 de dezembro de 2007

A desmoralização da mídia brasileira

VI O MUNDO:

Era 1h25 da manhã de segunda-feira, dia 3 de dezembro, quando este site anunciou o resultado do referendo na Venezuela e a derrota da proposta de reforma constitucional de Hugo Chávez, desde Caracas. Neste mesmo horário, a manchete acima estava na capa da Folha Online. Eram 3h25 da manhã no Brasil. Não é horário de ler notícias na internet, com certeza. Porém, estranhei que a manchete permanecesse ali por um bom tempo, completamente equivocada em relação ao resultado, acompanhada por um erro factual - não foi o presidente, mas o vice quem reconheceu que a apuração estava "apertada" - e por uma análise prevendo que a votação abria "era de incerteza para Chávez".

Como assim? A previsão já contava com o resultado? Ou a "era de incerteza" independia do resultado? É o que tenho escrito aqui, repetidamente: até o menos ruim dos jornais brasileiros é tecnicamente fraco. "Escuálido", diriam os chavistas. Ao desembarcar no Brasil, vindo de Caracas, ganhei um Estadão e li parte da cobertura, no táxi. Que pobreza.

Um dos grandes destaques foi a manchete segundo a qual Chávez teria demorado sete horas para reconhecer o resultado. Que estupidez. Quando o resultado foi oficialmente anunciado pelo Conselho Nacional Eleitoral da Venezuela nem todos os votos haviam sido contados. Os votos no Exterior não haviam sido contados. Nem aqueles de regiões remotas, não conectadas à rede informatizada. Chávez admitiu a derrota por pequena margem, ANTES MESMO DO FIM OFICIAL DA APURAÇÃO, diante da informação de que a tendência era irreversível e não havia margem para o SIM reverter a diferença de cerca de 145 mil votos.

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