segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

A QUESTÃO SOCIAL É UM CASO PARA A EPTC

RS URGENTE:

Ayrton Centeno escreve:

A questão social já foi um caso de polícia. Já foi vírgula: para muita gente permanece sendo assim. Basta ver a ferocidade do aparato bélico empregado pelo, com o perdão da palavra, governo Yeda Crusius contra 400 homens, mulheres e crianças do Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD) que ocuparam as ruínas daquilo que foi um dia a Companhia Riograndense de Laticínios e Correlatos, a Corlac, tentando fazer do local uma cooperativa de trabalho. Os escombros são hoje, aliás, uma testemunha muda do destroçamento econômico do Rio Grande presenciado por partidos que se revezaram no Piratini nas últimas décadas, todos representados no, digamos assim, governo atual.

Mas as páginas de Zero Hora, outra usina ideológica de criminalização dos pobres organizados, sinalizam outra configuração deste fenômeno. Para ZH, a questão social deixou de ser um caso de polícia apenas para se transformar, dependendo da situação, numa ocorrência de trânsito. Ou seja, um passo além na irrelevância.Tanto na edição online quanto na impressa, a Marcha dos Sem, que reuniu milhares de pessoas para contestar as políticas do, vamos dizer, governo Yeda foi tratada como um aborrecimento, mais uma daquelas aporrinhações do tráfego que agridem os países baixos da classe-média na borda do fim-de-semana.

“Marcha do Sem complica o trânsito” (P.42) foi o título da matéria mirrada, esmagada e esquecida num pé de página da editoria de geral no sábado, 01/12. Não mais de 30 linhas secundadas por uma foto de duas colunas onde o protagonista é um táxi que passa por cima de um canteiro. Perfeito: um flagrante de infração de trânsito para uma matéria de trânsito. Os marchantes estão ao fundo. Não tem rosto, estão indistintos, quase invisíveis. São nada. Como se quer.

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Um comentário:

Anônimo disse...

Para os tucanos necessitados e miseráveis são como inimigos.