segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Spe salvi factis fumus

VIEJA BRUJA:

Joseph Ratzinger, para alguns o Papa Bento XVI, supremo líder espiritual da Igreja Católica Apostólica Romama e também chefe de Estado do Vaticano, representante do deus católico entre os homens de boa vontade, mais uma vez, como de costume, extrapolou a paciência dos homens de pouca fé.

Segundo informa a BBC Brasil, "O papa Bento 16 fez uma dura crítica ao ateísmo em um documento divulgado nesta sexta-feira, dizendo que a doutrina, que nega a existência de Deus, foi responsável por algumas das piores formas de crueldade e injustiça na história moderna". Conforme a Zero Hora, por sua vez, "O Pontífice também questionou o cristianismo moderno, que, segundo ele, ao se concentrar na salvação individual, 'ignora a mensagem de Jesus de que a verdadeira esperança cristã envolve a salvação de todos'".

O referido documento se trata da segunda encíclica apresentada por Ratzinger, intitulada Spe salvi. Tal afronta à inteligência dos homens de pouca fé veio a lume nessa última sexta, 30.

Embora seja um prato cheio, La Vieja vai deixar de lado a crítica papal àquilo que a igreja católica apostólica romana entende por ateísmo, bem como a relação entre tal "doutrina" e "algumas das piores formas de crueldade e injustiça na história moderna". Ela irá se concentrar somente na segunda parte do delírio ratzingeriano.

Muito provavelmente Joseph Ratzinger tem em mente, quando fala em "cristianismo moderno", todas as formas de cristianismo que não reconhecem sua autoridade. Tais degenerações, oriundas de interpretações equivocadas da palavra de Deus, pois só a igreja católica detém o privilégio de interpretá-las adequadamente, o que deve ser algo na água do Vaticano, concentram-se na salvação individual, ignorando "a mensagem de Jesus de que a verdadeira esperança cristã envolve a salvação de todos", ainda conforme a Zero Hora.

É no mínimo engraçado ouvir um representante da igreja católica se referir de modo pejorativo ao conceito de salvação individual, algo que lhe foi, e ainda o é, tão caro. Não era bem a "salvação de todos" que preocupava Rodrigo Bórgia, para alguns o papa Alexandre VI, quando usou sua fortuna "para comprar a maior parte dos votos dos cardeais quando se realizou o conclave para definir a sucessão do papa Inocêncio VIII". Embora seu papado tenha começado tranqüilo,"não tardou para que se manifestasse sua ganância em sacrificar todos os interesses em favor da família. Fez seu filho de dezesseis anos, César Bórgia, arcebispo de Valência, e seu sobrinho João, cardeal". Seu pontificado, "paradigma de corrupção papal", demonstra o quanto "Alexandre VI foi, sem dúvida, um papa corrupto, pouco dado às virtudes cristãs". Trata-se, como se vê, de um belo exemplo de virtude cristã esse o de Alexandre VI, um papa preocupadíssimo com a salvação de todos, pelo menos de todos os de sua família. Seu papado, bem como sua conduta individual, foram exemplos vivos de como todo bom católico condena a busca da salvação individual.

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