Em editorial publicado na última terça-feira (17/02), sobre a vitória do presidente venezuelano em referendo, a Folha de S. Paulo classificou o regime militar brasileiro - entre 1964 e 1985 - como uma “ditabranda”. De acordo com o jornal, esses governos autoritários “partiam de uma ruptura institucional e depois preservavam ou instituíam formas controladas de disputa política e acesso à Justiça”.
O posicionamento do jornal foi duramente criticado pelo presidente da Associação Brasileira de Imprensa, Maurício Azêdo, que o considerou “lamentável”. Em sua opinião, a Folha, num só parágrafo, alinha uma série de “equívocos de caráter político e histórico”.
A notícia completa no Comunique-se.
Uma cópia do editorial está disponível aberta no mesmo Comunique-se.
E um comentário de Celso Lungaretti sobre o assunto também está no Comunique-se.
5 comentários:
É a Folha relembrando seus tempos de "diário oficial da OBAN". Isto foi no início dos anos 1970, e foi relembrado quando da recente publicação da hagiografia do Sr. Otávio Frias de Oliveira.
Era tipo assim, o sujeito morria na masmorra de tortura, e no dia seguinte a Folha publicava "Terrorista morto em enfrentamento com forças de segurança"!
Leio aqui sempre (desde que descobri, lógico) e agradeço aqui pelo trabalho de voces.
dessa vez abri o comentario porque fiquei com raiva da Folha, remexeu uma época triste demais. E não dá para ficar com raiva contida. Desculpem-me. Só dizer da dor, diminui a dor sentida.
A Folha, assim como a Globo, RBS, etc, foram muito bem tratadas pela Ditadura Militar. Naquele período sombrio não faltava dinheiro no fluxo de caixa desses grupos midiáticos. Hoje, raspando os cofres, ficam nostálgicos dos velhos tempos...
Abri o espaço de comentários justamente para relembrar o apoio da FSP à OBAN. Eles cederam um jornal ("Fôlha da Manhã", ou qualquer coisa parecida com isso) para fazer os comunicados. O jornal era realmente o porta-voz dos facínoras torturadores e assassinos. Algumas manchetes chegavam ao cúmulo de estampar mortes anunciadas.
A FSP é um jornaleco hipócrita e falso moralista que apresenta às vezes um artigo ou outro de alguém de esquerda só para disfarçar sua natureza degenerada. Este era, que eu saiba, o procedimento do jornal até o início da década de 90 porque daí em diante não perdi mais nem tempo e nem dinheiro comprando o pasquim marrom (totalmente diferente do Pasquim carioca que tanto amamos e admiramos).
Aliás, tenho a felicidade e o orgulho de nunca ter assinado qualquer jornalão da mídia esgôto e nunca, jamais, ter assinado a sujíssima da Abril. Mas, tenho sim muito orgulho de ter assinado "Em Tempo", "Companheiro", "O Pasquim" entre outras, que foram até motivo de uma pequena "arguição" feita por um delegado a mando do DOPS gaúcho quando morava em Bom Jesus dos Aparados da Serra. Uma arguição e uma ficha (no álbum de retratos da famosa instituição "humanitária") que não consegui localizar até hoje.
Os jornalões que aí estão foram bem tratados e trataram bem a ditadura e os ditadores e o fizeram não como novo comportamento, mas por coerência histórica de longo e curto prazo. Essas empresas de mídia sempre estiveram aí para defender os poderes econômico-financeiro-oligarcas e fazer dinheiro. Por isto lutaram pela derrubada de Getúlio e de Jango. Quando conseguiram fizeram a festa: - ganharam muito mais poder e dinheiro, cresceram monstruosamente.
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