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José Luís Fiori, cientista político e professor da UFRJ, levanta dúvidas acerca da eficácia do pacote econômico multibilhonário aprovado pelo presidente Obama:
(...)Muitos consideram esta convergência uma vitória da “economia keynesiana”, mas do nosso ponto de vista, ela não tem a ver com nenhum tipo de vitória ou derrota, no campo da teoria econômica. Trata-se de uma reação emergencial e pragmática frente à ameaça de colapso do poder dos estados e dos bancos, e como consequência, dos sistemas de produção e emprego. Foi uma mudança de rumo inesperada e inevitável, que foi imposta pela força dos fatos, independente da ideologia econômica dos governantes que estão aplicando as novas políticas “intervencionistas”.Na verdade, o que se está assistindo, é uma versão invertida da famosa frase da Sra Thatcher: “there is no alternative”. Só que agora, depois de setembro de 2008, a nova convergência aconteceu sem maiores discussões teóricas ou ideológicas, e sem nenhum entusiasmo político, ao contrário do que aconteceu com a grande onda e hegemonia do pensamento liberal-conservador, dos anos 1980/90, que atravessou os planos da vida política, econômica e intelectual das sociedades capitalistas. (...)
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2 comentários:
O texto do professor Fiori dá o que pensar, como em geral acontece com os textos dele.
O último parágrafo, então, dá o que pensar tanto na sua referencia aos "interesses contraditórios que estão travando uma luta ferrenha em todos os planos e instancias nacionais e internacionais", que ele finaliza como aprofundamento de uma "epidemia darwinista" (onde sobrevive o mais forte ou mais capaz) como na sociedade entre "o estado e o capital financeiro" que agora se defenderão até "à morte a cada novo passo e a cada nova arbitragem que imponha seu enfraquecimento dentro e fora dos EUA".
O cenário que se apresenta não é realmente apenas o de uma crise financeira no interior do sistema.
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