Nenhuma novidade. Diante do cadáver de Natalia Estemirova, encontro desesperadamente as mesmas palavras e os mesmos pensamentos, as mesmas emoções e as mesmas lágrimas que tive na morte de minha amiga Anna Politkovskaia. Que me apresentou sua amiga, pedindo que a apoiasse para o prêmio Sakharov (ela recebeu a medalha Schuman). Elas se conheciam desde a primeira guerra, tendo ambas partido, intrépidas, em busca da verdade sobre um massacre de longa duração, que eliminou um em cada cinco civis. Ambas, cassandras de nossos tempos, falavam para as paredes, prevendo que o caos se estenderia ao Cáucaso (o que aconteceu), e que os acertos de contas mafiosos e oficiais ganhariam a própria Rússia (o que aconteceu).
A Chechênia? Um império minúsculo, mas um caso clássico para a humanidade: um milhão de habitantes antes da guerra, 200 mil mortos, 40 mil crianças mortas (e quantos órfãos?), uma capital devastada, cidades e vilarejos reduzidos a cinzas. E depois? A educação pelo medo e pela corrupção, ou como calar o povo. Não somente os chechenos, mas os russos e se possível nós, pacíficos cidadãos das nações democráticas. As fachadas reluzentes dos imóveis reconstruídos em Grozny mentem.
Veja o texto completo, do Le Monde, no UOL.
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