Os métodos e ideias do management começaram a ser concebidos há um século. Desde o início, o management tomou status de ideologia, baseada em uma fé inabalável no mercado, nos procedimentos racionais de gestão e no gênio empreendedor dos indivíduos. Nos anos 1990 e 2000, o management ganhou o mundo e transbordou das empresas para o governo, dos domínios corporativos para as esferas da educação e da cultura, das escolas de administração para as ruas, da iniciativa privada para a vida privada.
Hoje, respiramos – e transpiramos – as ideias do management. Semiconscientes, vamos impregnando nossas experiências, estilos de vida e decisões pessoais com conceitos vindos do mundo dos negócios. Nós calculamos o investimento em nossos filhos, avaliamos o custo-benefício de nossas amizades, gerenciamos nossas atividades de lazer e fomentamos nossas redes sociais, procurando delas extrair o máximo proveito.
Após duas décadas de intoxicação, os anos 2010 parecem configurar-se como o momento da ressaca: uma ressaca ética, cultural e social. Os incomodados pensam em mudar, mas não encontraram ainda voos para a sua Pasárgada. Dois bons filmes recentes (indicações do excelente blog de cinema Laranja Psicodélica) retratam o espírito da época e os efeitos da colonização da vida privada pelas ideias do management.
O texto continua no sítio da revista CartaCapital.
Um comentário:
Blogoleone no final de semana.
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