segunda-feira, 9 de maio de 2011

A OTAN deixou 61 imigrantes provenientes da Líbia morrer de fome e sede

Dezenas de imigrantes africanos morreram no mar Mediterrâneo depois que militares europeus e unidades da OTAN ignorassem aparentemente seus pedidos de ajuda, segundo publicou o diário britânico The Guardian.

A embarcação com 72 pessoas a bordo, incluindo várias mulheres, meninos e refugiandos políticos, abandonou Trípoli, capital da Líbia, com destino à ilha italiana de Lampedusa em março passado. Apesar dos sinais de alarme dos integrantes da embarcação, que travaram contato com unidades militares e um helicóptero da OTAN, ninguém se esforçou em resgatá-los.

Todos os imigrantes menos 11 morreram de sede e fome depois que sua embarcação ficou à deriva no mar durante 16 dias.

“Cada manhã ao levantar encontrávamos mais corpos, os quais atirávamos ao mar”, relata a The Guardian Abu Kurke, um dos nove sobreviventes. A barcaça saiu de Trípoli em 25 de março passado carregada com 47 etíopes, sete nigerianos, sete eritreus, seis ghanenses e cinco sudaneses. Acabou sem combustível próximo a Lampedusa e sem alimentos e água.

Vejam mais detalhes em CUBADEBATE (e no espaço de comentários deste post)

Um comentário:

zejustino disse...

Tradução livre do texto apresentado neste post:

"A OTAN deixou morrer de fome e sede a 61 imigrantes provenientes da Líbia

Dezenas de imigrantes africanos morreram no mar Mediterrâneo depois que militares europeus e unidades da OTAN ignorassem aparentemente seus pedidos de ajuda, segundo publicou o diário britânico The Guardian.

A embarcação com 72 pessoas a bordo, incluindo várias mulheres, meninos e refugiandos políticos, abandonou Trípoli, capital da Líbia, com destino à ilha italiana de Lampedusa em março passado. Apesar dos sinais de alarme dos integrantes da embarcação, que travaram contato com unidades militares e um helicóptero da OTAN, ninguém se esforçou em resgatá-los.

Todos os imigrantes menos 11 morreram de sede e fome depois que sua embarcação ficou à deriva no mar durante 16 dias.

“Cada manhã ao levantar encontrávamos mais corpos, os quais atirávamos ao mar”, relata a The Guardian Abu Kurke, um dos nove sobreviventes. A barcaça saiu de Trípoli em 25 de março passado carregada com 47 etíopes, sete nigerianos, sete eritreus, seis ghanenses e cinco sudaneses. Acabou sem combustível próximo a Lampedusa e sem alimentos e água.

Os barcos que deveriam acudi-los os ignoraram e inclusive um helicóptero da OTAN, que segundo a investigação do jornal britânico correspondia ao Exército francês, não atendeu ao pedido de resgate. Depois de dias à deriva, a embarcação acabou chegando em 10 de abril a uma cidade costeira próxima de Misrata.

A lei internacional marítima obriga a todos os navios, incluindo os militares, a responder à angústia e pedidos de ajuda de embarcações próximas que os solicitem. Organizações de direitos humanos tem solicitado uma investigação pelas mortes, enquanto o Alto Comissionado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) tem pedido uma estrita cooperação entre navios militares e comerciais no Meditarrâneo em esforço para salvar vidas.

Na última semana, o aumento do fluxo de imigrantes que trataram de alcançar as costas italianas converteu-se em tragédia, com o naufrágio no sábado de um barco com 600 pessoas a bordo próximo de Trípoli. Ontem, houve momentos dramáticos ao cair na água os 500 imigrantes que chegavam em outra embarcação, entre eles numerosas mulheres e crianças, ainda que finalmente tenham sido resgatados.

A barcaça chegou ao porto da ilha italiana às quatro da madrugada, guiada por três membros da Guarda de Finanzas que haviam subido a bordo. Mas ruptura do timão provocou que encalhasse nas rochas a uma dezena de metros da margem, com risco de virar-se devido às ondas. Os imigrantes cairam na água ou se atiraram por mêdo, mesmo não sabendo nadar. Uma cadeia humana, formada por membros das forças de segurança, voluntários de organizações humanitárias, cidadãos e inclusive jornalistas se organizaram para salva-los, segundo o diário Il Corriere Della Sera.

Desde que se iniciaram as revolstas nos países árabes, 660.000 pessoas já fugiram da Líbia pelas fronteiras do Egito e Tunísia, segundo os dados da ACNUR. A Itália tem chegado por mar quase 10.000, se forem somados os 2.000 deste fim-de-semana. Após bloquearem a saida de barcos da Tunísia, agora é a vez da Líbia.

(Com informação de El País)"