O aprendizado do cinema é um processo lento e gradual que tem no
tempo o seu grande mestre. O mesmo se aplica para as demais artes, como a
literatura, por exemplo. O conhecimento das obras-primas requer tempo,
paciência, dedicação, hábito. Para se adentrar nos universos de Machado
de Assis, Dostoiévski, Thomas Mann, Gustave Flaubert, Honoré de Balzac,
Eça de Queiroz, Guimarães Rosa, entre tantos outros, é necessário, e até
mesmo conditio sine qua non, a disponibilidade temporal. O que
se torna cada vez mais difícil nesta era da informação galopante, de
pragmatismo absoluto, quando o excesso de informações acaba por conduzir
à desinformação, considerando que o receptor delas não tem tempo para
contemplá-las e, por conseguinte, para reprocessá-las e absorvê-las
adequadamente. E, neste diapasão, o jornalismo toma carona na leitura
rápida, desaparecidos os antigos suplementos literários, as críticas de
rodapé. Em seu lugar, o império do audiovisual.
A proliferação de oficinas de crítica cinematográfica é uma maneira,
creio, e assim é se me parece, de colocar o carro adiante dos bois. Por
exemplo: nos cursos de Letras, ensina-se muita teoria da literatura,
enquanto que os alunos não são estimulados para a leitura. No caso do
cinema, há a necessidade de se criar um repertório consistente de
filmes. Ver e ver filmes, adquirindo, com isso, um hábito. A crítica é a
arte da paciência. Depois da contemplação silenciosa de muitos filmes,
formado o repertório, é que o interessado pode começar, então, a
escrever sobre cinema. Daí porque é um processo lento e gradual.
Leia o texto completo no Terra Magazine.
Um comentário:
Amar o cinema...
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