O Dia Que Durou 21 Anos expõe a participação dos Estados Unidos no golpe de Estado e a ascensão dos militares, além de algo mais. A possibilidade de ingerência americana foi por muito tempo tida como paranoia da esquerda. O filme de Camilo Tavares comprova com minuciosa documentação, imagens inquietantes e áudios surpreendentes que os militantes contra a política instalada estavam certos. Encontram-se lá registrados os telegramas trocados entre o diplomata e o presidente John Fitzgerald Kennedy e seu sucessor Lyndon Johnson. Entre os de calibre, aquele do Departamento de Estado que descreve a Gordon o início da Operação Brother Sam, ou seja, a etapa final na derrubada do mandatário João Goulart, recém-eleito pelo voto popular.
Conhecíamos a partir de documentários nacionais bem fornidos como Jango, de Silvio Tendler, a complexa tarefa posta em prática para tirar do poder o presidente brasileiro tido como comunista. Imagem essa reforçada, diz-nos o novo filme, por telejornais americanos ao compará-lo a Fidel Castro e o Brasil a uma nova Cuba. Ou, mais preocupante ainda, dizia Gordon, a uma China de versão ocidental. Para Kennedy, ele avalia que Goulart poderia se tornar um ditador de traço populista, como Juan Perón na Argentina. São alguns dos muitos exemplos audiovisuais do filme, pouco conhecidos até mesmo nos Estados Unidos, mas inéditos por aqui, assegura Tavares.
Confira na CartaCapital.
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