quarta-feira, 27 de abril de 2011

Internet em poucas mãos

Mariano Blejman
Página 12

Dois provedores globais de Internet anunciaram sua fusão há poucos dias por três bilhões de dólares. Setenta por cento do tráfego mundial de dados ficaria em mãos de uma só empresa.

O tráfego mundial de dados de alta velocidade está cada vez em menos mãos. O leitor pensou alguma vez por onde viajam os dados que alguém busca na web? como se faz, fisicamente, para chegar até aos servidores do Facebook, Twitter, Google ou Wikipedia? Como? Faz-se através dos provedores da camada mais alta da internet: a chamada camada 1 (tier 1). Alguns dias atrás, Leve 3 adquiriu Global Crossing, por uns três bilhões de dólares. Em ambas trafegam dados nesta camada 1: são o coração da internet. Seguramente o leitor não conhece a nenhuma destas empresas, mas é provável que as está utilizando neste momento. Pois bem, esta fusão serve para analisar como funciona a camada mais alta de internet e como mudará a fisionomia da rede em diante: uma só empresa terá estrutura própria em 50 paises, chegará a 70 paise e concentrará 70 por cento do tráfego mundial daqui até 2013.


Vejam o texto completo em REBELION.ORG (ou no espaço de comentários deste post)

2 comentários:

zejustino disse...

Abaixo, tradução livre do post:

"Internet em poucas mãos

Mariano Blejman
Página 12

Dois provedores globais de Internet anunciaram sua fusão há poucos dias por três bilhões de dólares. Setenta por cento do tráfego mundial de dados ficaria em mãos de uma só empresa.

O tráfego mundial de dados de alta velocidade está cada vez em menos mãos. O leitor pensou alguma vez por onde viajam os dados que alguém busca na web? como se faz, fisicamente, para chegar até aos servidores do Facebook, Twitter, Google ou Wikipedia? Como? Faz-se através dos provedores da camada mais alta da internet: a chamada camada 1 (tier 1). Alguns dias atrás, Leve 3 adquiriu Global Crossing, por uns três bilhões de dólares. Em ambas trafegam dados nesta camada 1: são o coração da internet. Seguramente o leitor não conhece a nenhuma destas empresas, mas é provável que as está utilizando neste momento. Pois bem, esta fusão serve para analisar como funciona a camada mais alta de internet e como mudará a fisionomia da rede em diante: uma só empresa terá estrutura própria em 50 paises, chegará a 70 paise e concentrará 70 por cento do tráfego mundial daqui até 2013.

Segundo estão as coisas na internet, cada pessoa que quiser conectar-se necessita um computador e um provedor: no caso da Argentina pode-se escolher entre Arnet, Speedy, Fibertel, e ja estamos nos prolegómenos da Argentina Conectada, o projeto do governo. Mas, onde se conecta um provedor local de internet para chegar, por exemplo, aos Estados Unidos ou Asia? Por maior que seja a empresa local, esta necessita de fibra óptica transoceânica para chegar ao conteúdo mundial. Segundo se sabe, as empresas que oferecem conexão global seriam AOL, AT&T, British Telecom, Verizon Business, Deutsche Telekom, NTT Communications, Qwest, Cogent, SprintLink, TIWS e, finalmente, Global Crossing, agora dentro da estrutura de Level 3. Entre esses grandes provedores mundiais de acesso a internet não há cobrança entre eles mesmos: tem mais que oferecer que para pedir. Mas cobram dos provedores locais pelos dados que estes requerem. Isto é, uma só empresa manejará os 70 por cento do tráfego da internet e cobrará ao resto dos provedores pelo uso de sua infraestrutura (na qual, é claro, investiram bilhões de dólares).

Segunto conta a Página/12 Alejandro Girardotti, gerende de produtos de marketing de dados da recém vendida Global Crossing pertencente à Singapore Technologies Telemedia, que opera na Argentina: "A internet é uma conexão de múltiplos computadores bastante complexa. Os maiores provedores vendem aos provedores locais o acesso a alta velocidade e o conteúdo que lhes interessam". Devido à natureza da internet, os operadores globais (capa1) estão conectados entre sí. "O cliente residencial envia seu pedido ao provedor local. O provedor local busca conexões através dos provedores globais e devolve a informação ao cliente residencial, buscando a rota mais curta." No caso do Egito, por exemplo, quanto o país ficou sem internet durante os primeiros dias da revolta que terminou com o governo de Hosni Mubarak, aquele governo decidiu "cortar" o acesso a internet, pressionando aos provedores locais que se desconectasse dos troncos das redes, para evitar o acesso ao Facebook e ao Twitter. Mas os provedores globais continuaram funcionando.

Continua no próximo cometário...

zejustino disse...

Continuação do texto:

"(...)Nesta semana o governo apresentou o Plano Nacional de Telecomunicações Argentina Conectada, que permitirá o acesso a internet de alta velocidade a nível nacional com um investimento global de oito milhões de dólares. A instalação estatal desta chamada rede troncal (backbone) desde Arsat permite ao Estado não depender de outras empresas privadas para dar acesso
à internete seus cidadãos, além de utilizar a estrutura para enviar dados de televisão digital. Portanto, finalmente, para aceder ao resto do conteúdo global que oferece a internet, a Argentina (como qualquer outro país do mundo) deverá conectar-se a um ou vários provedores do nível mais alto na camada 1.

Quando começaram as revoltas na Tunísia, um país com alta penetração digital mas com um férreo controle estatal até então, sabia-se que o governo fazia passar a todos os provedores locais por um escritório central e dalí os controlava antes de sair à rede internacional. O assunto é que existem pontos de união a nível nacional às vezes impostos pelos governos. Quem controla estes pontos físicos, sejam os próprios provedores locais ou governo locais, podem "regular o tráfego, manejar as velocidades, eliminar tráfego até uma parte da rede ou fazer uma página especial, a qual podem fazer as empresas privadas ou técnicos capacitados do governo." disse Girardotti. Então, para deixar fora da internet um país, é mais simples pressionar os provedores locais que os globais. Giradortti explica que um país pode "negar a resposta"disse Girardotti ao tráfego a partir de um determinado país ou região, mas não pode "cortar" a conexão de outro país.

Como em todas as áreas de consumo, os Estados Unidos é o maior consumidor de dados do mundo. E, segundo mostram os mapas de tráfego de internet, a rota que mais congetão exite é entre Londres e Nova York, ambas portos que conectam o Ocidente com o Oriente. "A Asia é a zona que mais cresce, devido ao fenômeno de inclusão social naques paises", disse Giradortti. Agora, pergunta o leitor: qual é a empresa que manja a maior quantidade de conexões entre Nova York e Londres? Level 3. Qual é a empresa que tem as maiores conexões na Asia? Globa Crossing. "Não há maneira de der independente" disse Giradotti."

Fuente: http://www.pagina12.com.ar/diario/cdigital/31-166977-2011-04-26.html