quarta-feira, 12 de março de 2008

A internet e os novos "formadores de opinião"

A internet e os novos "formadores de opinião"

Venício A. de Lima

São muitas as explicações que tentam dar conta das mudanças importantes que estamos assistindo na capacidade de influência direta da grande mídia na percepção política e no comportamento eleitoral da população brasileira. Depois da primeira eleição presidencial após o período autoritário, realizada em 1989, pesquisas de opinião vêm registrando um lento - às vezes contraditório, mas sempre progressivo - descolamento da opinião dominante na grande mídia da opinião da maioria da população. Esse fato coloca em questão, por exemplo, o poder dos "formadores de opinião" tradicionais e tem obrigado analistas e ideólogos a verdadeiros malabarismos teórico-explicativos.

Em tempos de tantas inovações tecnológicas, um dos fatores que certamente tem contribuído para essas mudanças é o crescimento avassalador do acesso de nossa população à internet, um meio de comunicação com características radicalmente distintas da velha comunicação de massa: interatividade versus unidirecionalidade.

Registre-se que o aumento da renda e avanços importantes na escolaridade de camadas significativas da população são pressupostos para que cresça o acesso à internet. E esses pressupostos estão, de fato, ocorrendo (ver, neste Observatório, "TSE & Escolaridade do eleitor: Obra-prima do jornalismo apressado").

Há de se considerar também que a inclusão digital é uma área onde as políticas públicas têm sido efetivas e têm provocado resultados positivos. Exemplos conhecidos são o programa "Computador para Todos" e os telecentros dos "Pontos de Cultura". Em 2007, pela primeira vez, a venda de computadores (10,5 milhões de unidades) ultrapassou o total de aparelhos de televisão comercializados no país.


Texto completo no Observatório da Imprensa.

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